Pedal da Sobrevivência.

Tudo começou com a vontade de pedalar no sábado, geralmente pedalo mais a noite, sábado à tarde o pedal é mais difícil, pois esse horário o calor é bem maior.
Ao todo foram 10 aventureiros em uma rota instigante, Pinguela de Nilo, Barrocas e Matinha da Limeira, esses apenas Pinguela de Nilo eu conhecia. Começamos pela Pinguela de Nilo, uma ladeira ingrime e perigosa, cheia de pedras, areia Solta e muitos buracos. Desci com medo de cair, e adivinha? Kkkkk abrir demais na curva e quando dei-me conta, lona! Cair da bicicleta e sair rastando na areia, apesar do susto, apenas uns arranhões. Logo em seguida  uma subida bem puxada, mas consegui concluir em tempo recorde. Quando lembro que a dois meses atrás nem sonhava em concluí-la, fico feliz. Fora essa queda boba todo o percurso da pinguela foi show. Seguindo em frente, passamos pela ponte quebrada sentido goiabeira e fomos para a Barrocas, trilha muito boa, com um grau moderado de dificuldade, mas ótima para ganhar velocidade.

Estava tudo indo muito bem, descemos um carreiro lindíssimo coberto de verde, aí, de repente algo muito estranho aconteceu, meu coração disparou de forma nunca sentida antes, acompanhado de forte dor no peito e falta de ar. – Meu Deus! O que será isso? pensei. Assim, parei imediatamente na esperança de meu peito voltar ao normal. Confesso que já havia sentido isso antes, mas nem se comparava a intensidade ocasional.Vendo a turma se distanciar, resolvi sentar no chão e pensei: - E agora? A dor não passa. Aguardando a dor passar, pensando que já estava sozinha e teria que me virar para descobrir a saída desta linda matinha que agora se tornou um lugar terrível, a té que em certa altura consegui pelo menos ir devagar, passei a descer o lindo carreiro que agora me assombrava. Coração ainda acelerado fui descendo, descendo e descendo, até começar a subir, onde a comiseração tomou conto de novo do peito aflito. Ai pronto! Parei de novo e pensei novamente: - Isso não é normal, vou ter que procurar um médico. Contudo, neste momento exato não era tão simples, pois estava a 30 km de distância da cidade. Passados ​​mais 20 minutos resolvo caminhar, pois tinha que seguir, era minha única opção. Mas a frente encontro Zé Carlos e Thiago, que tentaram me ajudar, oferecendo comida, água e apoio de grande valia. 
Melhorzinha, seguindo em frente numa subida enganosa que parecia reta. Após este sofrimento da subida e do peito que doia menos, mas ainda doia, chegamos ao trecho mais massa da trilha, Matinha da Limeira, um Down Hill para ninguém botar defeito. E desci super bem, conseguindo esquecer um pouco da dor. 
Após essa maravilha de descida, chegamos ao da BA 465, estrada que liga Vitória da Conquista ao Sul do Estado, em 5 minutos de subida o coração novamente começa a reclamar, mas agora um cansaço físico se apodera de maneira escumunal, subo semelhante a uma tartaruga.Confesso que foi a pior subida que já fiz na vida, não por ser elevada, mas devido ao estado físico que estava. Zé Carlos e Widson me empurrão durante alguns trechos da estrada, descendo lentamente e trabalhando a mente para não desistir, chegamos no Iogurte (restaurante à beira da estrada), onde paramos para um lanche, assim que me sento começar a passar muito mal, mal mesmo , sem forças para segurar o óculo de sol, começo a enxergar tudo branco e me dá uma vontade louca de me atirar no chão, do lado de fora toda a turma descansava, pensei: - Se eu me jogar no chão a galera vai endoidar e me enlouquecer junto. Na mesma hora aparece Paulo Henrique, ex colega de trabalho e me pergunta se estou passando mal, eu respondo: -Estou por favor me leve para o hospital!Sem hesitação ele retira seu carro da garagem e abre a porta para eu entrar. Sair andando segurada por Deus para não assustar a turma e digo: - Thau galera vou no hospital, valeu! Bom fim de pedal. Já dentro do carro com Paulo e Esposa eu começo a passar mais mal ainda, meu peito dói como se estivesse sendo esmagado por uma bigorna, sem conseguir respirar direito não tenho forças para falar, bom, pensei que iria morrer, que o próximo passo seria desmaiar, as lágrimas ficam congeladas nos olhos sem forças para serem derramadas, imaginando o rosto do meu filho sentido a ausência da mãe.
Horrível me sentir assim, acabaria a vida ali? Com apenas 29 anos deixaria de existir?  Não! Graças e DEUS, eu sobrevivi! Depois de um certo tempo, acordo em uma maca do hospital IBR s entindo melhoras e extremamente agradada a DEUS  por ter sobrevivido.  Lembra que no último pedal passei a utilizar o recurso “Beacon” foi criado visando a segurança do ciclista, fornecendo a localização para um contato de segurança? Pois então, meu contato de segurança me liga querendo saber o que aconteceu. Depois do show de horrores ouvir aquela voz amiga, acalmou meu coração de vez. E é isso gente! Diagnostico de infarto, cinco dias de UTI e sentença de 30 dias afastada de qualquer esforço para tratar do coração. Depois do susto, estou atente às mudanças que devo adotar, que sirva de lição para mim e para todos aqueles que não consultam um médico antes de iniciar qualquer atividade física. 
Tenho muita fé que tudo dará mais que certo, seguindo todas as recomendações que acredito se DEUS  permitirei estar de volta com minha paixão, meu xodó, minha alegria que é PEDALAR.

Visita da turma que pedalou naquele dia. 

 



 

Type: 
Ride
Workout_type: 
default
Date: 
2017-01-21T16:50:49Z
Avg Pace: 
4:02/km
Elevation: 
485.6
Distance: 
43818.8
Moving time: 
10620
Activity id: 
839781728
Strava title: 
Pedal antes do mal-estar. Se Deus quiser logo estarei de volta.
Total photo count: 
10
Title: 
Pedal da Sobrevivência.
Summary Polyline: 
fbsyAfygxFqSuDXoHfEoSnDUfAyDfAb@|CyIxLoO~RnG|@qBnCx@pKkMhp@e`@zCCpUmQfeC_zAvAc@rGbFd^eSr~@mTrNxAzRmFjVkAjCnB|j@zHxa@td@xUlc@tE|BpPs@jSfKd@pByFpQr@dDt^AvCtD~n@hEjHfR~]aUz]iLxHpT`X_P`EOf{@|S~Gc@|FgDle@[bOkGdBiDhWyAnp@i^fWhAxHgB`CsEjHh@rAuIpCeAvSb@zOzEjILxBpEdMbFfSfPxZxLpMgJzg@mC|fAdIhEeByBoTqD}IvDmGT{LjTcLyYiCgYnBw|@oCkXiKsk@Aom@og@iJ_OYaKuCaGyWsR{PaTwE_CmAx@_Oti@oDzEiwAbh@wb@tn@{LrV_dBzbA
Description: 
Pinguela de Nilo/ Barrocas/ Matinha da Limeira
Average speed: 
4.126
Language: 
Portuguese, International
Cover image: 
https://dgtzuqphqg23d.cloudfront.net/ZCgYkZ6Guf-sNU8fkDXcwldtVjN_R7idFyIJSt0PCuQ-1024x768.jpg

Comments

Nara S
Sat, 02/04/2017 - 13:03

Hi Tamara, I'm the developer of Storyteller.
Sorry to read that you had such a scary experience. I'm very happy that you managed to reach the hospital, and that now you are well. Great that your friends were there to help you! Best wishes for a quick recovery, and do take it easy.
Greetings from Amsterdam :-)

(google traduzido)
Oi Tamara, eu sou o desenvolvedor de Storyteller.
Lamento ler que você teve uma experiência assustadora. Estou muito feliz que você conseguiu chegar ao hospital, e que agora você está bem. Ótimo que seus amigos estavam lá para ajudá-lo! Os melhores votos para uma recuperação rápida, e pegue a calma.
Saudações de Amsterdã :-)

Tamara Wascemberger
Sat, 02/04/2017 - 19:25
Thank you! It's a pleasure to share my story with you. Congratulations on the site.
Jayme Oliveira ??
Sun, 02/05/2017 - 15:35
Wow! Belo relato, Tâmara. E se a experiência em si não foi assim tão bela, com certeza foi das mais importantes. Agora é tomar todos os cuidados possíveis, seguir as orientações médicas e curtir os próximos pedais porque esse mundão tá cheio de lugares bacanas por onde pedalar! :)
Tamara Wascemberger
Tue, 02/07/2017 - 20:21
Obrigada Jayme! Estou seguindo todas as recomendações. Vai dar tudo certo!
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