História do 'Pedal do alone in the dark'
Gosto de pedalar sozinho. Talvez já tenha dito isso por aqui, mas se não, faço agora. Gosto de pedalar sozinho. E pedalar sozinho à noite... na escuridão total... melhor ainda! O pedal de hoje foi do tipo balizador. Esse negócio de altimetria é muito duro, mas sei que os resultados são bons também. Resistência muscular e cardio. Assim espero.
Seja como for, o roteiro foi o seguinte... 3xJF, subir a Fainor e descer a estrada da Barra. Minhas configurações de segurança do Strava (que recomendo a todos) bloqueiam a exibição de rotas próximas à minha casa, por isso o mapa sempre fica capenga. Mas enfim, isso é bobagem. Queria fazer um roteiro simples, curto, rápido e com boa altimetria. Esse desenho aí é ótimo, dentro do possível.
Mas esses números já estão ficando chatos. Quero falar um pouco sobre o medo. Gosto de brincar de medo. Digo, brincar de ter medo. No escuro, deixo a imaginação fluir um pouco... evito fixar demais o olhar em um ponto, porque não sou esse homi todo e vai que sai um bicho de lá e eu tenha que decidir rápido entre um "boa noite" e um "Deus me livre"? Seja como for, gosto dessa sensação de solidão escura. O medo e a coragem são amigos próximos demais. Irmãos talvez. A coragem sabe exatamente do que tem medo e o medo conhece demais o território impenetrável da coragem. No escuro, deixo que os dois colidam. Eles jogam o jogo deles e eu fico de cá só observando. Ora o coração acelera demais, desvio o olhar, o pensamento, o foco. Ponto para o medo. Ora tudo parece simples, sem graça, sem mistérios. Preciso atiçar de novo a imaginação em busca de algo incomum. Ponto para a coragem.
Ao término do jogo... 421m de altimetria e um pedal que tinha tudo pra ser tedioso transformado numa aventura épica.
Pra quem só vê o vídeo, que tristeza. Pra quem esteve alone in the dark...
Please login to save your comment